Sim, esse post vem carregado de recalque. Passar carnaval na Europa com zero grau, vento lateral e chuva não é bacana. Especialmente se na sua linha do tempo 152 a cada 35 pessoas postam foto de folia, praia, bronzeado e uma dose de vergonha alheia.
Contudo, não estamos aqui para falar do meu recalque, e sim do (talvez) único destino europeu cujo Carnaval tem seu encanto: Veneza.
Sabe o barracão de uma escola de samba? Então… são as ruas de Veneza. Parece que estão se preparando para a Sapucaí. Exceto que não tem desfile. Cada ruela tem micro lojas infinitas de máscaras e adereços pra você se jogar atrás do trio. Exceto que não tem trio.
O problema é que ainda que não haja um evento carnavalesco em pauta, a pessoa fica se sentindo na obrigação de comprar as benditas máscaras. É tanta opção que a gente fica atazanado entrando em todas as lojas até encontrar a aquela que fala ao coração. Dica: não percam tempo com isso.
Mas não pára por aí. Quando você finalmente compra a máscara, descobre que é uma droga pra levar na mala sem quebrar e chegando em casa ela passa a decorar o fundo do seu armário.
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Mas vamos aos fatos históricos porque somos cultos. O carnaval de Veneza surgiu em 1162 quando os locais se reuniram para festejar a vitória da cidade que se reafirmava enquanto Estado soberano após algumas tretas. Pois bem, a Piazza San Marco ficou pequena pra tanta folia. E como folia=gente fazendo vergonha em público, um gênio adotou as máscaras pra poder pegar geral sem a esposa descobrir (dados não verificados, mas foi provavelmente o que aconteceu).
Segue o nosso registro dessa que é uma das praças mais lindas que já vi (não vi muitas).
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A folia comeu solta por anos a fio até que em 1797, o Rei da Áustria, que então governava Veneza, acabou com a farra e as máscaras foram proibidas (e claro, continuaram sendo usadas na surdina). E cada tipo de máscara denotava as más intenções do indivíduo durante o baile. Observe nosso guia ex-clu-si-vo abaixo:
Apenas em 1979, o governo veneziano resolveu investir no Carnaval e desenterrar o glamour dos bailes de máscara. Desde então a cidade recebe 3 milhões de turistas nessa época do ano para 10 dias de folia.
Mas nem só de carnaval vive Veneza. Tem também as pontes que ligam as 117 ilhas do arquipélago.
Os canais com cheiro de sabão em pó.
Os gondoleiros que te cobram um rim por um passeio.
Eike Batista curtindo um passeio com a gente.
Tem um clima único que te faz querer fotografar cada cantinho.